Fez loucuras. Arquitetou durante horas o plano perfeito, enquanto o sono não a acometia. Mexeu e remexeu em sua cama, de um lado para o outro, até que a sua mente trabalhasse perfeitamente consciente. Não viu o dia nascer, foi pega pelo subconsciente enfim. Colocou em prática o plano, esquematizado em detalhes mínimos arquivado na sua mente maquiavélica. Mentiu inocentemente, sem inocente ser. Caminhou em passos largos, respiração profunda, ao final da rua - ou o começo meio dela - e surpreendeu-se. Ligação, timidez, poucas falas, indecisão seguida de decisão, parados, os dois, a sós. Conversas, variados assuntos, tantas coisas, pessoas, experiências, fatos, e o tempo que voa. O sol implorava para ir embora, enquanto deixava seus últimos raios de luz sobre as nuvens ralas no céu. O riso, costume, olhares trocados, a boca pedindo beijo, boa música, a rua e as pessoas, tudo isso em um ritmo igual. O tempo voa impiedoso. É beijada, profundamente, e termina com o clima de beijos que combinam. A cada instante fica mais difícil, controlar a vontade de beijar a todo milésimo, e percorre ambos, até que se entregam ao desejo. Beijam-se como se o mundo fosse acabar naquele momento, como se tivessem de aproveitá-lo ao máximo. E o tempo corre, arrasta tudo e todos. O desejo paira no ar, aquele proibido, malicioso, guardado para futuramente. A despedida, a contra vontade de partir, o suplício que vem de dentro para que fiquem até a madrugada, daquele jeito. Anda pelas ruas, absorta em replays, flashes do que foi aquela tarde. O sorriso que toma conta, enche o ar, alimenta. Fim do começo.
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