sexta-feira, setembro 18, 2009

Fim da linha

Encontrei aquela carta ainda úmida, escrita por pulsos suados sobre a minha mesa. Ao meu lado, cama vazia. Sorrio partido e você que partira. Levastes minha felicidade, meu amor e também meu coração. Chegas a ter noção do que é sofrer sem um para pulsar meu sangue quente? Li a carta que dizia com poucas palavras, que o tempo havia acabado. Não acreditei naquele papel molhado. Poderia ser uma brincadeira, mas você era tão sério que não faria tal tipo de asneira. Dias passo sem notícias tuas, devo tomar soníferos e te procurar pelas ruas? Em tudo que li não pude deixar de notar a pressa em que escrevestes, talvez estivesses encurralado já que sempre andastes metido em crimes e com policiais nervosos sempre na tua cola. A vida já não faz sentido, aquela velha casa na beira do rio pode me dizer algo que não sei, completar esse quebra-cabeças que ainda não completei. Casa vazia faz tempos que você morou ali. Mais um de teus bilhetes e dessa vez pistas mais confiáveis, mas ainda não posso acreditar que fostes pego. Tão implacável e astucioso, se deixou prender por alguém muito mais perigoso. Fico na casa velha por uma noite e um carro é estacionado a porta de meu 'novo lar' com dois fortes faróis ligados. Fui levada até um hotel refinado, mas em um quarto mal acabado e são policiais disfarçados, que querem a cabeça de meu namorado. Nego e não digo uma palavra, apenas volto pra casa e o telefone toca então. Não tenho tempo pra falar, apenas fique com meu coração, que ao fundo já é teu. Julieta serei pra sempre teu Romeu. Mas é o fim da linha, não posso mais falar, tente seguir sua vida sem chorar pela minha. Fico desesperada, tento pronunciar alguma palavra, mas nada sai. Ouço o silêncio e fico alarmada, um tiro é disparado e um grito é dado. Meu coração chora sabendo o que ocorreu e grito perdendo a voz aos poucos, mas ninguém me ouve, quem morreu fui eu.

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