sexta-feira, setembro 18, 2009

Um dia me perguntaram sobre amor


Uma vez me perguntaram porque amar dói tanto. Não encontrei as palavras certas no momento, para dizer a aquela criança. Então simplesmente voltei a minha casa, sentei na minha poltrona reclinada apoiando os braços e juntando as pontas dos dedos. Pensei em uma resposta objetiva, enquanto ouvia meu vinil dos Beatles. Nunca fui um mestre no amor, afinal, tanto fiz que terminei sozinho como estou. Mas deixar aquela criança sem uma resposta não seria muito justo. O amor é como uma droga, viciante e mortífero. Não podia dizer isso para uma criança, afinal, ela não entenderia. Enfim, no outro dia, voltei à praça, onde a garotinha havia feito a pergunta que tanto me instigou a pensar. Ela veio correndo ao me ver, querendo a resposta. E eu apenas disse que o amor era como um bolo, com fermento na medida certa, ele cresceria o tanto certo. Se colocasse para menos, ele ficaria murcho. Se colocasse para mais ele explodiria. A garotinha prestou atenção em cada palavra que eu pronunciei, e quando cessei a fala ela apenas disse: Acho que meu pai não colocou fermento o bastante no bolo dele e da minha mãe. E com um semblante triste, saiu correndo para um brinquedo de ferro.

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